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Câmara de Rio Negro recebe projeto de novo Plano de Carreira dos Servidores após mais de 30 anos da lei atual
Na última sessão da Câmara de Vereadores de Rio Negro, na terça-feira, 29, o Projeto de Lei nº21/2025 foi recebido oficialmente pelos vereadores, projeto que institui o novo Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR) dos servidores públicos efetivos do município, após três decadas da legislação vigente.
O texto, encaminhado pelo executivo, representa uma das mais relevantes propostas de valorização do funcionalismo público municipal nas últimas décadas. A atual organização funcional dos servidores está baseada na Lei nº 659/1991, que criou o Quadro Único dos Servidores da Prefeitura de Rio Negro.
A construção do novo plano teve início com a publicação do Decreto no 26/2021, assinado em 2 de março daquele ano pelo então prefeito James Karson Valério, que instituiu uma Comissão Municipal para análise e revisão do plano de cargos e salários dos servidores públicos. A comissão foi composta por servidores de diversas áreas e realizou um trabalho técnico, considerado de interesse público e não remunerado, que resultou na estrutura do projeto agora apresentado ao Legislativo.
O plano estrutura os cargos efetivos em três grandes carreiras: Servidores em Geral, Servidores da Saúde e Magistério (regulado por legislação própria, não incluído neste projeto). O servidor poderá avançar na carreira por: Progressão vertical: a cada 3 anos de exercício, com acréscimos de 3% e progressão horizontal: por qualificação profissional e formação educacional, com acréscimos que podem chegar a 20%. O reenquadramento será automático e os direitos adquiridos serão preservados.
Entre os pontos positivos do projeto está o estabelecimento de critérios objetivos de crescimento funcional, o reconhecimento por tempo de serviço e formação, a remuneração proporcional à escolaridade que garante mais clareza, justiça e previsibilidade, preserva os direitos adquiridos e também cria uma Comissão de Gestão para acompanhamento do plano.
Após ser protocolado, o projeto é lido em plenário e encaminhado à Comissão de Legislação, Justiça e Redação Final, que avalia a legalidade e constitucionalidade da proposta. Em seguida, será analisado pelas comissões temáticas competentes, como a de Finanças e Orçamento e, se necessário, outras comissões permanentes ou especiais.
As comissões podem solicitar informações complementares, realizar audiências públicas ou reuniões com servidores, especialistas e representantes do Executivo. Após os pareceres, o projeto segue para discussão e votação em plenário.
De acordo com dados do Portal da Transparência referentes a abril de 2025, a despesa total atual com pessoal no município é de R$ 5.053.501,63. Segundo a justificativa técnica apresentada com o projeto, o impacto financeiro estimado do novo plano é de R$ 1.378.675,60 ainda em 2025, considerando a implantação a partir de julho, e de R$ 2.757.351,20 por ano a partir de 2026.
Esse acréscimo representa um reajuste médio de aproximadamente 32% sobre a folha dos servidores efetivos, refletindo diretamente na valorização do quadro permanente, sem comprometer o equilíbrio fiscal do município.
A proposta está em conformidade com a Lei de Responsabilidade Fiscal e com o planejamento orçamentário vigente (PPA, LDO e LOA), e será implantada de forma gradual e controlada, com progressões horizontais dependentes de edital e disponibilidade financeira.
A proposta poderá receber emendas parlamentares e precisa ser aprovada em duas votações para, então, ser enviada ao prefeito para sanção ou veto.